sábado, 7 de abril de 2007

Tommezinho que nao queria estar sozinho.

*Tommezinho que nao queria estar sozinho.

Era alto, usava gorro tinha ar de pensador e pernas de gaivota, quem o via ao longe pensaria que seria um farol, e quem o via de perto tinha vertigens com a profundidade do ser desta criança de 12 anos apenas. Chamava-se Tommezinho que nao queria estar sozinho, mas sozinho se encontrava, quem o procurava encontrava-o refugiado entre as flores do campo, muitas vezes no pequeno banco em frente da estaçao do comboio. Ele regalava-se com o ver as coisas, e assim perdia-se durante horas até que o tempo se impunha e a hora de ir para casa chegava. Mas atençao o Tommezinho, via mais do que a linha do comboio, via pessoas chegarem e partirem, sons e sentimentos, mas o que ele gostava mesmo de ver era o contentamento do comboio a chegar, como ele rompia pelo mundo, grande pesado, fumoso, colorido e risonho com tantas metas compridas e assim o Tommezinho viajava e aos 12 anos ja conhecia as grandes cidade europeias, Paris, Bruxelas, Londres, Madrid sem nunca no entanto ter deixado o seu banco em frente da linha do comboio.
Tinha um olhar profundo que as pessoas diriam triste, mas ele triste nao era.Talvez porque era obrigado a comprir formalidades da sua idade quando a sua frente se impunha o mundo.
O Tommezinho fez-se homem, o olhar acentou-se as pernas de gaivota ainda la estavam, e um dia num daqueles finais da tarde, quentes cheios de cheiros e cores, o Tommezinho fez-se ao caminho deixando o banco da estaçao por si so. Dizem que fez-se gente adulta e quanto mais crescia mais se via a profundidade do seu ser, mais mostrava o seu sorriso cores do mundo.

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