In Memória a todos os Augusto que existem e por esse mundo fora ainda ensinam a rir, a todos os Augustos que já existiram e aos Augustos que ainda estão por nascer.
"Sorriso aos Pés da Escada" Miller.
"Nada poderia escurecer o brilho do extraordinário sorriso gravado no rosto triste de Augusto. Sentado aos pés de uma escada que subia para a lua quedava-se em contemplação sorriso fixo, pensamento algures. Na área de luz do projector situava-se o mundo em que todas as noites Augusto e os seus companheiros reproduziam quotidianamente o drama da iniciação e do martírio.
Era como nascer e morrer ao mesmo tempo. Sou um prisioneiro no purgatório, meio segundo e deixaria de existir.
Augusto tinha criado dentro de si um enorme vazio, caminhava sem destino, perdia-se na multidão. (.....) Não querendo retomar a sua vida de palhaço entregara-se a vagabundagem flutuando entre os milhões a quem tinha ensinado a rir.
Caído no chão de rosto para cima Augusto sorria um grande sorriso do qual borbulhante escorria um fio de sangue. O olhar fitava numa inacreditável candura uma delgada fatia de lua que subia aos céus."
Vale a pena ler este pequeno testemunho de Miller sobre a vida de um Augusto.